Não, MEC e autores do livro, definitivamente isso não é certo e nem adequado. Vocês estão cometendo um crime com os nossos jovens, prestando um desserviço à educação já deficientíssima do país e desperdiçando dinheiro público com material que emburrece em vez de instruir.
Essa conduta não-cidadã é inadmissível, inconcebível e, certamente, sofrerá ações do Ministério Público.
Abaixo, selecionei três notícias. Um artigo de Carlos Alberto Sardenberg, uma entrevista com uma das autoras do livro, defendendo esse tipo de educação aos jovens e uma entrevista com o Ministro da Educação, Fernando Haddad. A jornalista perdeu a oportunidade, propositadamente ou não, de questioná-lo sobre esse grave acontecimento, preferindo concentrar-se na possível candidatura do ministro para a Prefeitura de São Paulo em 2012.
Roger Moreira (Ultraje a Rigor) tem razão. Inúteu. A gente somos inúteu.
Se pelo menos ensinassem Português
Carlos Alberto Sardenberg - O Estado de S.PauloOs brasileiros falam de muitos modos. Há alguns programas de rádio no Nordeste que são simplesmente incompreensíveis para os paulistas. Um linguajar gaúcho bem cantado soa difícil em Manaus. Mas, quando se trata de estudar Matemática ou Ciências, todos os alunos brasileiros precisam saber o português, digamos, oficial, a chamada norma culta. Ou, ainda, quando uma companhia de Tecnologia da Informação (TI) lança um novo produto, uma máquina têxtil, por exemplo, o manual estará escrito no português normatizado, o dos dicionários.
Logo, as escolas brasileiras devem ensinar esse português, certo? Não é bem assim - é o que estão dizendo professores e linguistas alinhados na tese de que não há o certo e o errado no uso da língua. Há apenas o adequado e o inadequado. Assim, "nós pega o peixe" não está errado. E se alguém disser que é, sim, errado, estará cometendo "preconceito linguístico".
Essa tese se encontra no livro Por Uma Vida Melhor, da Coleção Viver, Aprender (Editora Global), que foi adotado, comprado e distribuído pelo Ministério da Educação a milhares de alunos. Daí a polêmica: trata-se de um livro didático, não apenas de uma obra de linguística.
Mas a polêmica está tomando caminhos equivocados. O pessoal favorável a essa tese argumenta com a variedade da língua falada e com a evolução permanente da língua viva, acrescentando algumas zombarias com o que consideram linguajar culto, das elites, mas que não passa de um falar empolado.
Um velho amigo se divertia fazendo frases assim: "ele saiu em desabalada carreira pela via pública", em vez de "ele foi correr" ou "fazer jogging".
Brincadeiras. No entanto, um aluno de 15 anos deveria rir dessa brincadeira.
O que o senhor acha, caro leitor? O aluno médio de uma escola pública brasileira perceberá o jogo com aquelas palavras? Entenderá sem esforços que se trata de um modo rococó de dizer algo simples?
Eis o equívoco em que nos estamos metendo. Em vez de tomar como prioridade absoluta o ensino da língua "oficial", aquela na qual vêm escritos os jornais, os manuais de TI, os livros de Matemática e os de Ciências, abre-se um debate para dizer que as crianças brasileiras podem falar e escrever "os menino pega os peixe".
É claro que podem. Mas precisam saber que esse não é o correto. E, se não souberem o correto, não poderão ler aquilo que os vai preparar para a vida profissional e para a cidadania.
Vamos falar francamente: uma pessoa que se expressa mal, que conhece poucas palavras e poucas construções, é uma pessoa que pensa mal, que compreende pouco.
Os alunos de Xangai foram muito bem no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) - o teste internacional para jovens do ensino médio, aplicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A prova avalia o conhecimento da língua, Matemática e Ciências. Na imensa China, entre 1,35 bilhão de habitantes, falam-se muitas línguas e muitos dialetos. Mas há uma língua oficial, escrita e falada, na qual os chineses estão alcançando posições de ponta na ciência e na tecnologia. Ensinam a língua intensamente.
Os alunos brasileiros vão mal no Pisa. Apresentam baixíssimo índice de compreensão de textos. Não sabem Português, e esse é um problema social e econômico. A baixa educação simplesmente condena à pobreza.
Dizer aos meninos, em livros didáticos, que "nós pega o peixe" está certo não é apenas um equívoco, é um crime. E discutir essas teses é perda de tempo, energia e dinheiro.
É como se tivessem desistido. Como não se consegue ensinar o Português, então vale o modo errado. E quem pensa diferente é preconceituoso. E então não precisa ensinar mais nada, não é mesmo?
Nossos professores, educadores e linguistas deveriam concentrar seus esforços num tema: como ensinar a língua culta para todos os alunos das escolas públicas e rapidamente. Conseguido isso, depois que nossas notas no Pisa alcançarem os primeiros lugares, então, tudo bem, vamos discutir as variações e os modos populares.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110516/not_imp719641,0.php
ENTREVISTA DA 2ª FERNANDO HADDAD
"É colocar carro na frente dos bois", diz Haddad sobre Prefeitura de SP
HÁ SEIS ANOS NO COMANDO DO MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, FAVORITO DE LULA PARA DISPUTAR O CARGO DIZ QUE DEBATE É PREMATURO, MAS NÃO DESCARTA CONCORRER
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
O ministro da Educação, Fernando Haddad, é o candidato preferido de Lula para disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012. O ex-presidente defende o lançamento de um nome "novo" e palatável para a classe média paulistana e vê no ex-auxiliar o nome certo para a missão. Com seis anos no cargo, Haddad, que sofre resistência de setores do PT na cidade, afirma que o debate sobre a candidatura é "prematuro" e uma ideia "de difícil execução". Que ele, no entanto, não chega a descartar. Na semana passada, o ministro recebeu a Folha em Brasília para uma entrevista. Abaixo, os principais trechos:
O senhor está no ministério há seis anos. Pensa em sair para novos desafios?
Fernando Haddad - Em 2007, lançamos o Plano de Desenvolvimento da Educação, com uma série de metas. E concluímos o mandato do presidente Lula cumprindo o que foi compromissado. É natural que haja uma sensação de missão cumprida.
Então no ano passado a minha perspectiva não era permanecer. Mas, à luz de conversas com o presidente Lula e sobretudo com a presidenta Dilma, já eleita, resolvi ficar. Já é difícil dizer não para um presidente; para dois, é quase impossível. E ela nos colocou um desafio estimulante na área de educação profissional e do ensino médio, que me reanimou. O Pronatec [Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico] será uma das marcas importantes do governo Dilma.
Mas ela queria mesmo ou o senhor foi da cota do Lula?
Olha... Aí é uma pergunta que eu não fiz a ela. Nem poderia. Mas eu entendo que a presidenta Dilma evidentemente respeita muito a opinião do presidente Lula, mas não faria algo de que não estivesse convicta.
Já houve relatos de que ela estaria insatisfeita com ministros, entre eles o senhor.
Num determinado momento, foi apresentado a ela -não por nós-um pequeno relatório dessas notas plantadas na imprensa por fontes anônimas. Na ocasião, ela deu uma entrevista para o jornal "Valor" desmentindo as notícias e reafirmando o apoio ao seu ministério de maneira bastante definitiva.
O senhor é candidato a prefeito de São Paulo, como deseja o ex-presidente Lula?
Nós temos hoje aqui no ministério projetos muito complexos, como o Pronatec. Antecipar um debate como esse, para mim, aqui no MEC, é muito difícil. E no PT de SP não faltam candidatos. Tem a ex-prefeita Marta Suplicy, que eu considero a mais preparada para pleitear o cargo, tem o ministro Aloizio Mercadante, tem jovens militantes petistas emergentes.
Mas o senhor não descarta.
Eu... Eu não estou discutindo essa questão. Eu não estou dizendo que não. Eu estou dizendo é que o MEC é um desafio e que a presidenta Dilma nos deu uma missão que nos animou.
Então eu acho que é uma discussão, em primeiro lugar, prematura. E, no contexto de São Paulo, é colocar o carro na frente dos bois.
Não estou com a atenção voltada para essa questão, embora chegue ao meu conhecimento a simpatia que o presidente Lula tem.
Quando Lula fala sobre isso, o que o senhor responde?
[Rindo] Digo para ele que eu acho complexa a ideia, de difícil execução.
E ele?
Ele ri.
Já o PT não gosta do senhor?
Eu não sei, sinceramente. Eu não sei te responder. Não sei nem se é verdade isso. Eu conheço a opinião do PT por notas anônimas em jornais. E eu não posso confiar porque ninguém se apresenta. Eu quero crer que não tenha ninguém... Como é que eu vou me pronunciar sobre isso? Não tem como.
O PT tem dificuldades com parte da classe média, especialmente em SP.
Na polêmica que envolveu o artigo do Fernando Henrique Cardoso sobre a questão da classe média, alguns jornais fizeram questão de frisar que o PT também tinha interesse nesse segmento. E ficou muito claro que o PT quer ampliar o seu eleitorado sem abdicar do povão. A sinalização [de FHC] era de quase desistência de disputar o voto das camadas populares, o que não cai bem num partido que se diz social-democrata. A oposição está numa encruzilhada. Um de seus integrantes [Jorge Bornhausen] já disse que ela está sem líder. Outro [José Serra], que está sem rumo. Não é só o sucesso do governo que explica isso. E aí eu entro num tema, que é o da relação da oposição com a mídia. A parte mais doutrinária da imprensa -estou falando da mais doutrinária, não de toda a imprensa- prestou mais serviços ao governo do que à oposição.
Como assim?
O governo melhora com a crítica da imprensa. E ela exerceu esse papel no governo Lula como eu nunca vi. Ponto para a imprensa. E ponto para o governo, que soube reagir e terminar bem avaliado. Acuada, a oposição, em vez de buscar compreender o que acontecia na sociedade e disputar o voto do eleitor, preferiu se abrigar nesse guarda-chuva doutrinário, mais conservador, que lhe parecia seguro. E essa situação demonstrou ser muito ineficiente do ponto de vista da disputa eleitoral. Na campanha presidencial, o candidato da oposição disse que o Banco Central não é a Santa Sé. A reação dessa imprensa doutrinária foi tão forte que ele foi obrigado a realinhar o discurso. E aí não ficou com uma, mas com duas Santas Sés: o BC e a igreja. Veja a armadilha que se criou. Esse exemplo é paradigmático.
Falta mão de obra qualificada no Brasil. Vocês governam há oito anos. Não faltou ver isso antes?
Faltou ver bem antes, eu diria. E nós vimos. Tanto é que dobramos as vagas nas federais e estamos triplicando as vagas nos institutos que formam técnicos. Em dez anos, triplicamos o número de graduados no país, multiplicamos por mais de dois o número de técnicos formados.
Mas não foi suficiente.
Essa sensação de falta de mão de obra qualificada vai se diluir no tempo. Nós estamos num ritmo em que oferta e demanda vão se encontrar logo adiante.
E a qualidade? Indicadores como o Pisa [exame que avalia estudantes de vários países] mostram o Brasil em 53º lugar entre 65 nações pesquisadas.
Em 2000, nós ficamos em último lugar no Pisa. Em uma década, superamos 15 países. O Brasil foi o terceiro em evolução. Em nove anos, reduzimos à metade a distância que nos separava do México. Superamos países com mais tradição que a nossa, como a Argentina, que não teve a metade dos nossos problemas históricos, de escravidão, patriarcalismo. E tem a questão federativa. Veja os EUA, também federativo: é o maior PIB do mundo e está em 30º lugar no Pisa. Uma coisa é a educação num Estado unitário, como a França. Outra é num país com a dimensão do nosso e a autonomia dos Estados. Aqui, o MEC só tem papel indutivo, nós não temos gestão sobre a rede.
Há uma questão polêmica em São Paulo que é a política de bônus para professores, por desempenho das escolas ou notas deles em uma prova. O que o senhor acha?
Nós definimos metas de qualidade para cada escola e para cada rede em 2007. E deixamos a critério dos entes estabelecer as estratégias para o atingimento das metas. Era a oportunidade de transformar o Brasil num laboratório de experiências pedagógicas e de políticas educacionais. Com várias estratégias, os Estados têm cumprido as metas, inclusive SP. Mas teve um sinal amarelo agora no Saresp [avaliação estadual] porque a nota caiu. Não vejo chance de uma política de bônus dar certo contra os professores. E eu tenho tido notícias de que tem havido da parte do governo do Estado mais abertura para ouvir a categoria. Todo mundo defende a política de promoção por mérito. A questão são os termos, se você vai promover pela avaliação dos alunos, pela prova do professor. É um bom debate.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po1605201115.htm (assinantes UOL/Folha)
"Não somos irresponsáveis", diz autora de livro com "nós pega"
Educadora afirma que intenção da obra é deixar o aluno acostumado com linguagem popular à vontade e não "ensinar errado"
Naiara Leão, iG Brasília | 12/05/2011 16:08
Uma das autoras do livro didático de língua portuguesa Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, adotado pelo Ministério da Educação (MEC) para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), nega que a obra ensine o aluno a usar a norma popular da língua. Nota da coluna Poder Online publicada na manhã desta quinta-feira mostra que o livro ensina aos alunos que é válido usar expressões, como “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Para a autora Heloisa Ramos, apesar de ter um capítulo dedicado ao uso da norma popular, o livro não está promovendo o ensino dessa maneira de falar e escrever. “Esse capítulo é mais de introdução do que de ensino. Para que ensinar o que todo mundo já sabe?”.
Segundo Heloisa, que é professora aposentada da rede pública de São Paulo e dá cursos de formação para professores, a proposta da obra é que se aceite dentro da sala de aula todo tipo de linguagem, ao invés de reprimir aqueles que usam a linguagem popular.
“Não queremos ensinar errado, mas deixar claro que cada linguagem é adequada para uma situação. Por exemplo, na hora de estar com os colegas, o estudante fala como prefere, mas quando vai fazer uma apresentação, ele precisa falar com mais formalidade. Só que esse domínio não se dá do dia para a noite, então a escola tem que ter currículo que ensine de forma gradual”, diz.
Foto: Reprodução Ampliar
Livro usado na Educação de Jovens Adultos tem capítulo sobre a norma popular da língua
De acordo com a professora, o livro didático adotado pelo MEC para turmas do Ensino de Jovens e Adultos (EJA) foi elaborado por ela e por outros especialistas em língua portuguesa com base nas experiências que tiveram em sala de aula após décadas de ensino. “Nossa coleção é seria, temos formação sólida e não estamos brincando. Não há irresponsabilidade da nossa parte”, afirma.
Ela acredita que, ao deixar claro que é tolerada todo tipo de linguagem, a escola contribui para a socialização e melhor aprendizado do estudante. “Quem está fora da escola há muito tempo, é quieto, calado e tem medo de falar errado. Então colocamos essa passagem para que ele possa sair da escola com competência ampliada”, diz.
Em nota enviada ao iG, o MEC defendeu o sudo do livro e afirmou que o papel da escola não só o de ensinar a forma culta da língua, mas também o de combater o preconceito contra os alunos que falam linguagem popular.
Apesar de defender que o livro continue sendo adotado, a autora admite que é preciso que o professores entendam a proposta para não desvirtuar o que ele propõe. O material vai acompanhado de um livro guia ao professor e os parâmetros curriculares do MEC explicam a abordagem variada da língua, mas como os livros são distribuídos para escolas de todo o país, é difícil ter esse controle.
Linguagem popular divide especialistas
A doutora em linguística e professora da Universidade de Brasília (UnB), Viviane Ramalho, vai além da opinião da autora do livro e defende que a linguagem popular seja ensinada abertamente nas escolas. “O ideal seria aprender todas as possibilidades diferentes até mesmo para respeitar o interlocutor que usa outra variedade linguística”, diz.
Para ela, essa seria uma forma da escola se aproximar da realidade dos estudantes. “Há uma exigência da própria sociedade de que o individuo saiba usar a as diversas variedades da língua”.
A linguista Juliana Dias acredita que a escola deva ensinar exclusivamente a norma culta e usar a linguagem popular apenas como exemplo durante as explicações. “O popular não cabe para o ensino. Cabe somente para reflexão, discussão, e até para o combate ao preconceito com as formas mais simples de se falar”.
Veja reprodução de trecho do livro "Por uma vida melhor":
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/nao+somos+irresponsaveis+diz+autora+de+livro+com+nos+pega/n1596948804100.html
Olá Procuradora
ResponderExcluirEstou enviando para o seu e-mail casos similares, aviso que há até piores, nos livros didáticos de matemática aprovados e comprados pelo MEC. Se não chegar os arquivos do caso que estou discutindo com procuradora de MG, avise.
Olá, Janice
ResponderExcluirSou apenas um estudante de Letras. Mas tenho certeza de que posso ser levado a sério.
Esse material não é algo novo. Converso com meus colegas de diferentes regiões do país e cada um deles já se deparou com o estudo das variações linguísticas. Todos eles compreendem que o aluno tem capacidade e "espaço na cabeça" para aprender tais variações.
Como é possível estudar literatura brasileira?
José de Alencar, Erico Verissimo, Mario de Andrade e Jorge Amado são alguns exemplos de autores que mostram o regionalismo em suas obras. O aluno que as lê, está condenado a falar sempre assim? Se ele não estudar a variação, encontrará facilmente todas as expressões dentro das normas?
Ensinar a norma CULTA (importante saber a diferença entre norma culta e norma padrão) para os nossos alunos impondo CERTO E ERRADO, parece tão descompromissado com a ética quanto a Alemanha Nazista abordar o evolucionismo nas escolas por meio de uma interpretação distorcida sobre os conceitos de Darwin.
Considero mais seguro procurar a opinião de especialistas da área, do que apenas assimilar as críticas feitas por jornalistas. E nenhum jornalista concorda que o aluno precisa desenvolver a sua capacidade de contextualizar. A língua é flexível!
Li comentários por aí, ironizando a iniciativa, dizendo que agora 2+2=5 e está certo, porque se disser que é errado estamos praticando preconceito matemático. A relação é tão boa que o comentarista esquece que a raiz de número negativo, por exemplo, pode existir num outro conjunto. A contextualização é fundamental para entender a noção de conjuntos.
Não se diz para o aluno que raiz de número negativo não existe. Ela simplesmente não faz parte do conjunto dos números reais. E quanto tempo esse aluno vai aprender “errado” até que um professor do ensino médio ou pré-vestibular exponha outras possibilidades?
A realidade para os alunos tem sido sombras projetadas na parede da caverna, com "definições inquestionáveis". Por isso a noção de adequado ou inadequado é mais justa do que dizer o que é certo ou errado.
Recomendo a leitura dos trabalhos de alguns profissionais da área, reconhecidos pelo universo acadêmico e pelos serviços prestados à educação:
* Marcos Bagno: http://marcosbagno.com.br/ (o site dele é muito completo e vale a pena pesquisar suas obras)
* Carlos Alberto Faraco: http://www.parabolaeditorial.com.br/releasenormaculta.htm (um dos melhores professores da UFPR)
PRECONCEITO LINGÜÍSTICO E NÃO-LINGÜÍSTICO NA ESCOLA/LIVRO DIDÁTICO - Artigo de um aluno da UNICAMP: http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/p00003.htm
é interessante ler também as referências desse trabalho.
Chega a beirar o anormal... Mas o que esperar de um minístro que faz gestos obcenos para estudantes secundaristas? Lamentável, é o atestado que faltava para decretar a falencia da educação nesse país. Nélio Roças
ResponderExcluirAndre Luis,
ResponderExcluirteorias mil a parte, desculpe, mas regionalismo eh uma coisa, falar errado eh outra. Tanto que os grandes nomes da literatura que voce citou souberam contar suas historias e fazer delas classicos.
Uma coisa eh voce falar "Pessoal, vamos pro shopping passear?" - com o erro sutil do uso do pro ao inves do ao. Outra eh voce falar "Os livro esta emprestado". A gente ate ouve "os livros "tao" emprestados". se ela quer falar sobre a forma coloquial, que coloque nestes termos, e nao no abuso de ensinar a criancas, muitas delas que possuem pais que falam corretamente e se esforcaram para estudar e ter "uma vida melhor", a cometer erros.
A gente ensina para aumentar o conhecimento, nao para destruir.
Janice, nota dez por sua manifestacao publica!!!! Qdo li a materia sobre o livro fiquei enojada, senti nauseas!!! E nao foi por influencia de jornalista algum, eu soube me revoltar por conta propria... Eu li Monteiro Lobato, fui alfabetizada com a Caminho Suave e nem por isso sou racista ou nao sei escrever (e so nao acentuo minhas palavras por que moro nos EUA e meu computador nao possui acentos).
Meus caros, vocês sequer sabem a diferença entre Norma Padrão e Norma Culta.
ResponderExcluirE não, não são sinônimos. E sim, dentro da Norma Padrão a Norma Culta representa "erros" (entre aspas, porque na língua viva não há erros mas variantes).
Antes de falarem sobre uma área que não dominam, e acabarem dizendo "besteira com ar de coisa séria" (para parafrasear Oscar Niemeyer), recomendo duas brevíssimas leituras:
http://ultimobaile.com/?p=3158
e
http://marcosbagno.com.br/site/?page_id=745
Em tempo: na Norma Padrão não existe tal coisa como "falar errado", uma vez que a fala não se padroniza. A Norma Padrão padroniza apenas a grafia. A fala é livre por um problema intrínseco de qualquer idioma: a ortografia não representa integralmente a fonética (nem a sintaxe representa integralmente a prosódia), e vice-versa.
Isso sequer é questão de sociolinguística. Isso é de linguística elementar. Tá lá no clássico cursão de Ferdinand de Saussure. Mister é lê-lo. É, aliás, a definição mesma de significante: "a imagem acústica da palavra, representada na medida do possível por sua grafia".
O Brasil teve um Presidente da República jovem, bonito, formado em economia e poliglota. O Brasil também teve um Presidente da República não tão jovem, menos bonito, torneiro mecânico e semianalfabeto.
ResponderExcluirPara aqueles que acham que o primeiro foi melhor que o segundo, o livro "Por uma vida melhor" é ruim, uma vergonha e deveria ser banido. Aqueles que consideram o segundo Presidente como sendo o melhor dos dois (e talvez o melhor de todos), o livro é um sopro de liberdade, a verdadeira democratização do ensino e a valorização dos preceitos construtivistas que norteiam a educação no país.
Congratulo-me com os autores, com a ONG que apoiou o livro e com o MEC. Sempre é tempo de tirar a linguística do armário e colocá-la em seu devido lugar: na sala de aula.
Seria também um bom momento para que os magistrados tratassem de fazer andar a justiça no país. Aos educadores a educação.
Em tempo: João Batista, antes de começar a montar processos para a procuradoria, tu podias dar uma melhoradinha no teu texto. Tem um probleminha de concordância verbal ali.
ResponderExcluirhttp://blogdonapo.blogspot.com/2011/05/os-livro-ilustrado-mais-interessante.html
ResponderExcluirA questão é que ninguém REALMENTE lê o livro para dar a opinião. No final da página a autora coloca claramente que o falante de português deve dominar as duas variedades e saber o momento de usar cada uma delas. Nunca se defende "ensinar o errado" como alguns dizem.
ResponderExcluirO grande problema nessa questão é que não existem professores bem preparados para lidar com esse material da forma apropriada na sala de aula.
É tão fácil o professor metralhar os alunos com anacronismos gramaticais e fazer provas de completar lacuna... difícil é fazer o aluno entender essas regras e saber usá-las sem desmerecer a língua que ele usa cotidianamente.
Se o ensino apenas da tão amada gramática garantisse o "não emburrecimento" da nossa sociedade, Fátimas Bernardes e Willians Bonners do Brasil não estariam falando "faz com que", "houveram manifestações", "o problema será resolvido através de obras"...
Espero sinceramente que vocês saiam dessa bolha e comecem a perceber que não há como regular a língua, nem via escola. Se o aluno fala "pegá os pexe", mesmo tendo de conjugar milhares de verbos, ele vai continuar falando assim quando não estiver sendo monitorado. Não vai ser o livro didático que vai mudar isso.
Bom dia, Excelentíssima Doutora Procuradora Janice!
ResponderExcluirParabéns pelo Blog novo!
Encaminho, para providências que julgar adequadas, link com fatos relacionados a pessoas públicas muito próximas ao Poder. Como soube pela Imprensa que Vossa Excelência vem denunciando até jovens internautas - como a tal Mayara Petruso - imagino que se interesse também por estes casos mencionados no artigo em questão.
http://migre.me/4yX9X
Ah, manda um abraço pro Nassif por mim! Soube que ele conquistou mais um contrato milhonário com a EBC. Esse Nassif ainda vai longe, não acha, Janice?
O Vampiro de Curitiba
Parabéns pelo seu posicionamente. Quando alguém tem coragem para se posicionar contra estes absurdos percebemos que nem tudo está perdido.
ResponderExcluirPergunto como vão fazer com o vestibular? Como vão corrigir as redações? Basta falar que nóis é a favor dos gays se casa. E noís gosta pude escreve do mesmo jeito que nóis fala.
Senhor, meu Deus, até onde vai tudo isto?
Cara Procuradora da República,
ResponderExcluirComo professor adjunto de uma universidade pública, sinto-me “chocado”. O meu “choque” (diferente do seu) não é com a proposta didática da coleção “Viver, Aprender”, mas com a postura da mídia e de seus interlocutores. Ao ler a notícia sobre uma possível ação no Ministério Público, fiquei pensando como vocês não conhecem as discussões sobre ensino de língua, materiais didáticos e, especialmente, de Educação de Jovens e Adultos. A coleção em discussão não apresenta novidade, uma vez que os livros didáticos de ensino fundamental I, II e Médio já apresentam tal discussão desde o final dos anos 70. A grande novidade (talvez!) é apresentar tal questão sobre a língua para jovens e adultos. Então, qual seria o problema? A ação no Ministério Público será contra todas as coleções didáticas e gramáticas pedagógicas que mostram que a língua não é estática? Se tais coleções fazem tal proposta é porque há uma discussão no Brasil, legitimada pela academia e pelos documentos oficiais. A falta de conhecimento sobre ensino de língua materna, sobre os Referenciais Curriculares da EJA e sobre os critérios de avaliação mostra que a ação no Ministério tende a fracassar. Qual é o argumento? Que o livro didático (“a”, “b”, “c”, “n”) ensina o aluno a falar errado? Se for, há vários equívocos: (1) o livro não ensina ninguém a falar, mas promove atividades que façam o falante refletir sobre sua língua; (2) não é apenas essa coleção que faz tal trabalho com a variação linguística; (3) tal coleção se baseia em discussões teóricas no campo da
Sociolinguistica, da Linguistica Aplicada, da Sociologia da Educação, etc. Como a autora da coleção falou, ela não estava ensinando a escrita formal e pública, mas estava discutindo sobre diferentes formas de “falar” e sua adequação a uma situação específica.
Tal questão já foi discutida em outros países, por isso ela não é “recente”. Talvez, o que é recente é saber que as pessoas sabem pouco sobre Educação de Jovens e Adultos. Então, como discutir a proposta do livro em análise sem pensar que os cursos de licenciatura no Brasil não discutem o ensino de EJA. Acho que há vários problemas na EJA que poderiam ser alvo de discussão e de políticas públicas, mas a discussão parece-me que é outra: vocês atacam o atual Ministro da Educação, o PT, o ex-presidente através da autora do livro didático. Parece-me um bom momento para discutirmos o ensino de língua no Brasil, mas, repito, tal discussão não é nova.
Enfim, acho completamente impossível defender uma ação no Ministério Público sem conhecimento sobre os direitos universais linguísticos, as propostas de ensino de língua no Brasil desde os anos 70, as outras coleções de livros didáticos de ensino de língua materna, sobre os critérios de avaliação do PNLA, etc. A autora do livro didático está sendo acusada de uma questão que não é pessoal (por isso, não é um erro), mas uma posição política e pedagógica que defendemos em várias obras, discussões, cursos de formação, avaliação de materiais didáticos, etc. Por tal razão, não é um crime. Se fosse um crime, teríamos que prender muitas pessoas. Quando começará a caça às bruxas? No entanto, antes de afirmarmos que tal ação pedagógica é um “crime”, sugiro definir que tipo de “crime” com base nas discussões sobre política linguística. O total desconhecimento dessa política nos faz afirmar informações (na mídia, nos blogs) que deixam muitos professores, pesquisadores e interessados no ensino de língua literalmente “chocados”.
Prof. Dr. Clecio dos Santos Bunzen Júnior
Meste e Doutor em Linguistica Aplicada pela Unicamp
Professor da Universidade Federal de São Paulo
Excelentíssima, se me permite, Vossa Excelência escreveu: "Não, MEC e autores do livro, definitivamente isso não é certo e nem adequado. Vocês estão cometendo um crime com os nossos jovens, prestando um desserviço à educação já deficientíssima do país e desperdiçando dinheiro público com material que emburrece em vez de instruir."
ResponderExcluirPois bem, eu li a palavra "crime" e entendi que ela está relacionada ao MEC e aos autores do livro em questão. Pergunto: Que providências a Procuradora e blogueira já tomou diante deste "crime"? Já acionou o Ministério Público em desfavor do MEC?
Aguardo ansiosamente sua resposta.
Respeitosa e carinhosamente,
O Vampiro de Curitiba.
Clecio Bunzen,
ResponderExcluirCom todo o respeito, como "professor adjunto de uma universidade pública" você não deveria ficar "chocado" com nada. O único sentimento que lhe cabe sendo responsável pela pior e mais cara educação do mundo seria a VERGONHA.
Clecio, só concluindo: a Procuradora Janice Ascari é conhecida nacionalmente por ser simpatizante de petistas e lulistas. Portanto, se até ela ficou chocada com o tal livreco, é porque ele é realmente muito ruim.
ResponderExcluirFica frio, Clecio! A estas alturas tanto a ONG como a professora já receberam uma boa bolada em dinheiro público pela grande ajuda que deram à Educação de nossas crianças.
O Vampiro de Curitiba
Olá, Vamp
ResponderExcluirGostaria de saber quais referências citadas aqui nos comentários você teve curiosidade em ler e se, como curitibano, já ouviu falar do trabalho do professor Carlos Alberto Faraco. É tão importante quando Dalton Trevisan, pode ter certeza!
Conheça a diferença entre norma culta e norma padrão. Saiba a definição do conceito de "língua portuguesa". Esforce-se! Eu tenho certeza absoluta de que 100% dos que criticam esse material não tiveram a capacidade de ler qualquer uma das referências.
Comentários curtos de um simples posicionamento sem qualquer embasamento, NÃO COLABORA COM A EDUCAÇÃO DO PAÍS. Dizer apenas NÃO, EU SOU CONTRA PORQUE QUERO SER CONTRA é uma forma muito equivocada de se manifestar.
Se basear na "OPINIÃO DE JORNALISTAS" ou na opinião da ABL (maravilhosa instituição que abriga escritores medíocres), é falta de respeito com a comunidade acadêmica. Mestres e doutores não estão sendo ouvidos. Meus professores da UFPR e provavelmente todos os de outras federais não estão recebendo atenção.
Faço um apelo para que o material seja LIDO de cabo a rabo. Faço um apelo para que todos vocês conheçam o que vem sido definido dentro da linguística como estudo científico (e não a opinião de jornalistas).
O site do Marcos Bagno foi inserido aqui nos comentários mais que uma vez e tenho certeza de que não recebeu NENHUMA VISITA. Dica: quem souber a diferença entre coerência e coesão, vai compreender todas as análises feitas em seu livro. Inclusive descobrindo que os discursos do Lula, embora tivessem palavras mais simples, era muito mais claro que os do FHC, com seu pedantismo irritante ao falar com a população.
É, errei a concordância no final da minha última observação, como o jornalista da Globonews.
ResponderExcluirAndré, respondendo sua pergunta: não tive curiosidade em ler qualquer referência. Nunca ouvi falar do citado professor.
ResponderExcluirConvém ler o capítulo do livro. No site da Ação Educativa, que o elaborou, está disponível o PDF. http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/V6Cap1.pdf
ResponderExcluirDra Janice, deixei um comentário para a senhora em sua página no Portal do Nassif. Só lhe peço que, antes de fazer isso, procure se informar mais, com linguistas, Dra Janice, que sao os especialistas nisso. Que veja o livro, de que a Silvana postou o link aí em cima (também está no Edu Guimaraes). Nao faça o jogo da mídia, Dra Janice, a senhora está sendo enganada sobre o conteúdo do livro.
ResponderExcluirAbs, e desculpe minha ousadia de lhe dar um conselho.
Estou eu me recuperando de sua recuperação.
ResponderExcluirLeia o livro. Depois, pense.
The boy catches the fish. Usar catch ao invés de catches é errado, porque a terminação "es" é própria da segunda pessoa. Qualquer semi-analfabeto americano saberia distinguir. A conjugação de verbos no inglês é muito mais fácil. O verbo em português sempre foi conjugado. Já não bastava sumir com o trema, retirar o acento de (boia, colmeia, ideia e joia), retirar o hífen de (auto-peça, semi-novo e co-seno)? Para comparar veja este comentário postado na Amazon, sobre um livro escrito por uma pessoa que nunca havia lido um livro: "Grate book! I use to be Harvard inglish profeser. I reed this bok and now forgot how spel and use inglish. Plot was nyce, had good story and hot chicks. ".
ResponderExcluirhttp://www.amazon.com/Shore-Thing-Nicole-Snooki-Polizzi/dp/1451623747
Aconselho a Sra a pesquisar e todos vocês também. Isso não é discutível, a variação existe, ninguém inventou. Certo e erRado? Isso realmente ta escrito? A autora realmente disse que agora a norma padrão é essa? Quem leu o livro? E sra, Janice, é formada em que? Já ouviu falar em evolução linguistica? Já ouviu falar em Sociolinguistica??? A senhora algum conhecimento específico sobre Língua portuguesa? Ou o que fala é só sobre os seus "conhecimentos" de gramáTica?? Sugiro que cale sua boca, para não passar mais vergonha. MANIA QUE TODO MUNDO TEM DE BOTAR MÃO CUMBUCA DOS OUTROS.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAlgum de vocês percebeu que quem apóia a Janice, é só quem não tem conhecimento específico da lingua????? Tem alguma coisa errada nisso ai não acham??? Então não ta na hora de pesquisar primeiro, antes de falar?? Você discutiria com um médico diante de um diagnóstico?? Não. pq ele estudou, pesquisou sobre tal doença e vc não. Então pq q se metem no trabalho do linguista??? Já li até um comentário falando sobre "erro sutil". Da onde a pessoa tirou que existe isso. Em que livro ela aprendeu isso?? Pq q o erro que ela comete é sutil e o dos outros falantes é agressivo??? POR FAVOR, SE NÃO SABEM NÃO OPINEM. JANICE, VÁ PESQUISAR ANTES DE ABRIR A BOCA. VC É FORMADA EM QUE MINHA QUERIDA?????
ResponderExcluirPelo amor de Deus Carla Cavellucci Landi, vc falou em teorias????? Sério, eu estou te xingando muito por dentro. Isso é estudo, pesquisa de anos, não é teoria. Você sabia que existe uma Faculdade que estuda a lingua?? Que pesquisa sobre ela?? Você sabia disso? Pois existe, e se chama Faculdade de Letras. Já ouviu falar? Sabia que é um curso de graduação como qualquer outro? Que as pessoas estudam, pesquisam, se forma, ganham diploma... Mas pra que essa faculdade,se existe pessoas como vc, neh?!! Q sabe tudo de lingua portuguesa por instinto, nem precisou estudar. Olha que beleza. Aposto que sabe tudo sobre a origem da lingua, aposto que sabe tudo de filologia e linguistica. Inventou até regra. "erro sutil". FAZ FAVOR NÉ. PESSOAS COMO VOCÊ ME ENVERGONHA.
ResponderExcluira meu alunon da escola me xinjgou e eu chutei nele e chinguei ele e a diretora falou pq vc ta xingando mais o lauro comeca primeiro mais de manhar o lauro tava jogando wwi e eu falei nossa gente o lauro e bom e eo lauro falou nao ti perguntei mais so eu falei com carinho quem ta errado e o lauro e a dire ponhe ue de castigo e o lauro pode brinccar
ResponderExcluirLÍNGUA
ResponderExcluirHá muitas línguas
A língua do Pê
Do Saci-Pererê
Do Senado
Do favelado
Do letrado
Do letrista
Do lingüista
Há línguas extintas
Há muitas línguas
A língua das tintas
Da pintura
Da Magistratura
Da prisão
Da mansão
Da nobreza
Da fraqueza
Da regência
Da descrença
Há uma língua Azul
Há muitas línguas
A língua de Raul
De queixas
De Seixas
De Camarões
De Camões
Há língua de “palmo”,
De “trapo”
De “badalo”
De Saramago!!!
Há línguas no museu
Há língua de Abreu
De formação
De Catalão
De Libra
De fibra
De Louis Braille!
Há línguas no baile
Há muitas línguas
A língua indiferente do indiferente
A língua oposta do oposto
A língua nacional do irracional
A língua do jornal
Do sinal
Do santo
Do Esperanto
Do Romeno
Do tormento
Do Chico Bento!
A língua de Castro
A língua do astro
Do roqueiro
Do grafiteiro
Do “jeitinho brasileiro”!
Há línguas no mundo inteiro!
A galega
A francesa
A espanhola...
Há língua portuguesa!
Filha do Latim
Falada por Jobim
Em Portugal,
Angola,
Guiné-Bissau... Cresceu;
E a tribo Guarani também aprendeu!
Língua da Ilha da Madeira...
Do Brasil!
À brasileira!
Do nordestino
Do velho
Do jovem
Do menino
Do mineiro...
Português brasileiro
Também é Português verdadeiro!
Há línguas e línguas
Há muitas línguas
A língua Viperina
A Neolatina
A analfabética
A poética
A Materna
A “eterna”...
A língua da “guerra”,
A língua Viva,
E viva todas as línguas da Terra!
A verbal
A musical
A gestual
A obscena
A da cena...
A língua da Lei
Da Canção
Da Boa Razão
Do Destino
Dos Meios
De Afonso Arinos...!
Há língua nas leis do mundo inteiro!
Com a língua se acha o respeito
O direito
A dignidade
A amizade
A razão
A compreensão...
O caminho da inclusão!
Língua pra falar
Pra amar
Pra participar
Pra ler
Pra escrever...
Pra sonhar!
Com a língua se viaja
Pela imagem
Pela coragem...
Pelos mares!
Com a língua se descobre novos lugares
Outras terras
Outras Serras
Outros saberes!
Assim a quis
Machado de Assis
Com a língua Machado criava
Os dias quentes de verão
Os jardins da primavera
E o beijo dos beija-flores!
E recriava o romance dos amores!
E no jardim da infância
Um pouco de lembrança
Das cores,
Das flores...
Há muitas línguas
A língua que forma
Que informa
Que inclui
Que exclui...
Línguas que se destroem
Línguas que se constroem
Línguas no trem...
Língua é poder
É força
E domina quem a tem!
Há muitas línguas
Há homens sem língua
Há homens de língua
Há, porém, homens sem vozes
Porque lhes roubam a língua!
Mata-se o Homem, mata-se a língua
Mata-se a língua, mata-se o homem
E mata-se todo o mundo!
Muda-se o Homem, muda-se a língua;
Muda-se o tempo, mudam-se as línguas,
Muda-se a língua, muda-se todo o mundo!
Há muitas línguas
Há sempre novidades,
Diferentes em toda e qualquer cidade;
E do mau uso da língua
Ficam-se as marcas na sociedade
E do Casimiriano as saudades!
A língua define origem
Traça os destinos
Ilumina na escuridão
Quebra as correntes da escravidão
Expande a mente
Torna seres mais conscientes!
Porém, com a sobrevivência na mente
O aprendizado no chão
E a incerteza na frente
Sem lei nem grei:
É a língua que encontrarei!
No entanto, resta-me a esperança
De um estalar de latidos da consciência
E ainda na minh’ existência
Poder ver
Um belo saber
Um belo viver
E toda criança ser bem sucedida quando crescer!
(Georgeana Alves)
eu sou De Portugal e falo pt... esse br está errado nao tentem descutir caralhos
ResponderExcluirEu sou da Holanda, não sei brasil direito máquina têxtil é muito bom.
ResponderExcluir