8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Ganhamos doodle do Google, muitos posts fofinhos no twitter e facebook, flores, chocolates, parabéns reais e virtuais. Afinal,
hoje é o nosso dia!!!!
Mas...
e os outros 364?
Temos que trabalhar e nossos salários são mais baixos do que os dos homens.
Temos uma natural capacidade de organização e liderança (afinal, quem põe ordem em tudo, quem sempre dá um jeito em tudo?) mas não somos muitas em cargos de chefia.
Temos que matar um leão por dia.
E também temos que temperar e preparar o leão, arrumar a mesa, combinar os vinhos e estar impecavelmente lindas às 20hs para receber os convidados para o jantar.
Somos espancadas, desvalorizadas, traídas, subestimadas, vítimas da violência doméstica. Sofremos abusos moral, psicológico e sexual.
Somos as únicas responsáveis pelo serviço doméstico e pela criação dos filhos (podem reparar nas ruas: meninos e meninas, no colo ou andando, indo ou voltando da escola - sempre puxados pelas mãos de uma mulher...)
Não somos donas dos nossos corpos. Temos que ser sempre magras, jovens, de cabelos e sorriso perfeitos.
Não podemos usar os trajes que queremos, nem mostrar os cabelos nas ruas.
Temos que anular o coração e os sentimentos para nos casar com um homem desconhecido, muitas vezes bem mais velho, por imposição da família. E somos julgadas pela sociedade se o objeto do nosso amor for outra mulher.
Em alguns lugares não podemos nem dirigir automóveis.
"Atrás de um grande homem, sempre há uma grande mulher". Reparem no machismo oculto: ATRÁS???
É certo que uma pequena parcela de nós consegue, a duras penas, enfrentar preconceitos. Ou, pelo menos, superar algumas dessas barreiras. Sou privilegiada por estar no último grupo.
Tenho uma profissão em que minhas responsabilidades e salário são idênticos aos dos homens. Ocupo um cargo pelo qual tive que batalhar muito, em condições idênticas às deles. Já estive, mais de uma vez, em cargos de comando e chefia. Com muito orgulho, ocupei a primeira cadeira de Conselheira do Conselho Nacional do Ministério Público indicada pelo Ministério Público Federal. Para isso, fui eleita por meus pares, concorrendo contra 3 homens. Trabalho num ambiente majoritariamente masculino, mas meu papo é de igual para igual.
Cresci com um exemplo maravilhoso de mulher guerreira, trabalhadora e independente e que é meu paradigma: minha mãe.
Agora vocês devem estar se perguntando qual a razão desse título, então, afirmando que uma mulher é igual a uma
vaca (termo que pode ter conotação pejorativa).
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Foto: www.pakistanwomen.org |
Uma menina de 12 anos, na verdade uma criança forçada precocemente a ser mulher, com o consentimento dos pais, mantinha há seis meses um relacionamento com um homem de 55 anos. Os pais a entregaram ao homem e em troca foram presenteados com uma vaca. Isso mesmo. Uma mulher vale uma vaca. Estamos em 2014, no Brasil, em Aracaju, Estado de Sergipe.
Feliz Dia da Mulher.
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,menina-e-trocada-por-vaca-em-aracaju,1138426,0.htm
Menina é trocada por vaca em Aracaju
Pais receberam de presente o animal de um comerciante de 55 anos que mantinha um relacionamento com a garota
08 de março de 2014 | Antônio Carlos Garcia - O Estado de S.Paulo
ARACAJU - Uma menina de 12 anos foi trocada por uma vaca no dia 28, em São Cristóvão, na Região Metropolitana de Aracaju. Os pais da menina receberam de presente o animal de um comerciante de 55 anos que mantinha um relacionamento com a garota havia seis meses. O caso veio à tona na quinta-feira, 6, depois que a denúncia chegou ao juiz da cidade, Manoel Costa Neto. Quando houve a troca, o Conselho Tutelar foi informado, o suspeito foi preso e a menina, levada para um abrigo. O crime de pedofilia era permitido pelos pais da jovem. O comerciante foi autuado por estupro de vulnerável.
“Todos sabiam que ele era casado e que, inclusive, tem neta mais velha do que a vítima”, afirmou o juiz. De acordo com ele, os pais da garota deram uma pequena faixa de terra vizinha à casa da família, para que o comerciante construísse uma casa para que os encontros entre ele e a menina fossem mais frequentes. A casa foi feita e a garota só ia lá para os encontros, que ocorriam até quatro vezes por semana.
Quando o comerciante foi preso, a menina chorou, disse que gostava dele e prometeu que voltaria a se encontrar com o homem quando ele for solto. “Acredito que ela estava encantada com a situação e até era incentivada pelos pais, talvez pela troca de presentes. Essa situação representa uma total ausência de pudor por parte do suspeito que tem um comportamento próprio de pedófilo. Minha preocupação também é com as outras crianças que permanecem na casa desses pais irresponsáveis”, destacou o juiz.
Também está sendo apurada a responsabilidade dos pais e eles poderão ser punidos. “Esse tipo de coisa é muito comum e apenas um caso entre 20 semelhantes chega ao conhecimento das autoridades. As pessoas precisam denunciar esse tipo de crime e as vítimas devem ter acesso ao acompanhamento psicológico necessário”, ressaltou Costa Neto.